segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Eu, etiqueta

Trouxemos aqui o poema de Carlos Drummond Andrade, Eu , Etiqueta, uma crítica dura e verdadeira sobre a influência que a mídia exerce em nossas vidas. “ Que a propaganda é a alma do negócio” tudo bem, mas daí a infundir mesmo que inconscientemente uma inversão de valores onde simplesmente é valorizado o TER e não o SER, isso é que devemos combater. O consumo exagerado, sem necessidade, muitas propagandas insinuam que o “bom” é estar na “moda”, é ter o carro do ano, o celular recém lançado que só falta trabalhar por você, as roupas que trazem “status”, a tv a cabo mais moderna, com uma infinidade de canais, usar um determinado produto só porque uma determinada celebridade do momento diz que é bom, e nem a própria celebridade o use.
Vincular a imagem de jogadores de futebol ou outros atletas famosos imagem de bebidas alcólicas pode não ser uma boa ideia, afinal o que nossas crianças, que ainda não conhecem o poder destrutivo do capitalismo poderão pensar, que determinado jogador, que é o nº1, toma aquela bebida da marca X, e é reconhecido por isso, a criança em seu jeito imaturo de ver o mundo poderá associar o uso da bebida com o sucesso de tal atleta.
Sem contar a infinidade de propagandas que as pessoas “modernas” pagam para exibir, “símbolo de status social”, acabam se tornando um outdoor ambulante, sem identidade própria, sem vontade própria, só acatando o que a mídia impõe, “USE, SEJA, BEBA, COMPRE  ATITUDE”, e o pior é que essas propagandas são feitas de uma forma que passe uma mensagem sentimental, carregada de sentimentos onde demonstram a valorização da pessoa, da família, do meio ambiente, algumas propagandas são tão politicamente corretas, que até confunde o telespectador, mas o que tem por trás dela é sempre a mesma mensagem de trocar o ultrapassado pelo “novo”.
Isso trás a coisificação do ser humano onde a pessoa já não é pessoa e sim uma coisa, nega sua identidade, onde uma certa classe pode mandar e desmandar, é uma relação que envolve o psicológico, essas ordens entram no inconsciente e acabam por influenciar os atos.   
A mídia nos diz tudo o que devemos fazer, vestir, comer, ler, pensar, somos máquinas manipuladas por um grupo, somos robôs, somos coisas.
Atitude tem, quem não se deixa manipular por uma camada de vírboras sanguináreas dispostas a sugar até a última gota, até a última gota de suor, de trabalho. 
Precisamos nos conscientizar disso, aceitar que faz parte de nossa rotina, precisamos aprender a dar valor a nossa cultura, a nossa gente, as pessoas como seres humanos e não como portadores de CPF.
Preservar as relações familiares, profissionais, ou sejam elas quais forem. 

Um comentário:

  1. penso exatamente assim,compro o que preciso,porque minha felicidade vem de graça!

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